Prometi a mim própria que não iria pensar em ti hoje, tipo objectivo pessoal... Falhei, mais uma vez!
A imagem de ti, do teu sorriso, das tuas palavras que pintavam um quadro estranho de Dali mas sempre com mensagem... não saiem do que chamam de pensamento, do meu pensamento! Fui para uma aula, onde fartaram-se de falar do self... do meu self? Não sei onde ele anda... foi embora contigo, talvez! Que raio é isso do self? Que raio é isso que dizem que tenho que encontrar para não estar excluída? Se tivesse encontrado o meu self, não me terias excluído? Isto chega a ser ridículo, estou para aqui a teorizar sentimentos e pessoas... pior relacionei o sentimentalismo piroso, com uma teoria da exclusão social!
Desejo ser prática, como alguém disse-me uma vez: Pragmatismo! Queria ser pragmática contigo, dizer-te que gosto de ti mas que não suporto essa realidade... que encontrei o meu chamado self e que descobri que não preciso do teu self, para ser qualquer coisa aproximada à felicidade!
Deveria estar a ler o material para amanhã e depois estar dentro do assunto da aula... mas não me apetece e fico por ali, a olhar com uma cara de quem desvaloriza tudo aquilo e que aquela sala cheia está a complicar a evidência!
Chego a casa e visto aquele pijama fateloso e largueirão... acrescento a camisola que usava no auge dos meus oitenta e cinco quilos, sim fui uma baleia adulta!!! Fico especada a olhar para o monitor, nao me evitando a ver algumas das lembranças digitais guardadas... Apaguei as mensagens, mas quantas vezes não me arrependi? Será que se tivesse o meu self aqui ele concordaria? De certo que não...
Mas eu com ou sem self, sei a tua vida... sei a tua história... sei-te de cor (isto disse o Paulo Gonzo, música pirosa de facto)... sei que na vida tudo pode acontecer, de maneira surpreendente ou de maneira previsivelmente previsível. A tua vida previsivelmente eu a prevejo... casado com aquela namoradinha dos tempos de menino... com aquela vida que não é muito diferente da que tinhas anteriormente... com todos os protocolos que a tua mente e o teu dito status te pediram, mas que o teu coração nunca compreendeu ou aceitou... Digas o que disseres, de coração foste-o poucas vezes, usaste frases banais que pareciam sentidas... continuaste a usar as mesmas... temeste a solidão e procuraste a certeza de te encontrares, ou pseudo encontrares! Acho que perdeste o teu self... Acho que não encontraste o caminho para o ir reclamar... Aborrece-me que não o tenhas feito... chateia-me ver-te dependente de uma realidade que só tem valor, porque para ti é a mais segura e pensas que é a mais próxima de ti... Mas tu desconheces que tens um self, ouviste falar e sem perceber procuraste-o...
Quis-te aqui comigo, pertinho do mar onde agora estou porque não aguentei as quatro paredes sufocatórias de sentimentos... Mas não sei se o meu self te queria... mas acho que o meu self é tão sensível e vulnerável a ti, como eu e por isso no final cederia aos encantos da tua liberdade, quando és capaz de a mostrar! Que não resistiria ao sorriso livre que desenhas na tua face, quando experimentas a liberdade e o risco... a dor e a alegria... o esforço e a mais completa preguiça... quando vives no mundo real, aquele que te faz querer agir e que te faz pensar! Não falo desse que te consome e te apague... que retira a tua individualidade e que te torna apenas numa cara a mais para convidar, por pressão porque estiveste lá e correspondente aos níveis de uma vida de futilidades, sem qualquer outro ponto positivo...
Mas que raio, se tu não queres saber... porque me preocupo eu em dize-te o que vi em ti e nos teus olhos? Que me interessa dizer e debitar este discurso, se não irás ler aquilo que te escrevo... se não és capaz de perceber que isto é para ti... porque achas que te superei, porque achas-me feliz... porque deixaste de olhar e ver-me com esses teus olhos que agora, apenas, conseguem ver a minha capa...
Vou acabar com o devaneio por hoje... Quando te olhares realmente no espelho, pensa apenas que te vi primeiro e que te disse tudo isto antes ... mas que porque a tua vida é assim, precisaste de descobrir por ti tudo isto...
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