Monday, July 30, 2007

Sem chão

Ficar sem chão...
Ficar sem aquele sitío onde colocar firmemente os pés!
Ficar sem aquele sorriso que me faz sentir tudo aquilo que sentia..
Receber um abraço sem que ele signifique o mesmo, mas mesmo assim agarrar o abraço para que ele não fuja...

Esperando que a campainha toque nos próximos minutos... que me surpreendas com alguma audácia e ousadia! Bate na minha porta sem pedires autorização...

E se eu te pedisse para voltares apenas por uns instantes? Voltarias mesmo sabendo que voltarias a sair pela porta? Preciso de ti por uns instantes, do teu cheiro, da tua voz e sorriso...

Tudo porque o mundo desabou à minha volta e fiquei sem chão... tudo porque tenho o coração apertadinho numa caixinha de fósforos! Tudo porque me sinto uma menina no corpo de mulher...

Tudo porque deixei de acreditar... deixei de ter chão... deixei de ter em que acreditar... fiquei sem chão... porque te perdi naquele caminho complicado chamado de Vida... tudo porque perdi o meu chão e ando sobre pedras que não me deixam segura...

Fiquei sem chão..

Friday, July 13, 2007

História dela e dele

Quando ela nem sequer sonhava que estivesse a começar algo, iniciou a avalanche...

Ela: "Deixa essa música que eu gosto..."
Ele: " Dá-me o teu número de telefone, dás? Posso ligar-te amanhã?"
Ela: " Não trouxe os óculos, mas posso levar o carro..."
Ele: "Não tem mal, eu ajudo-te e vou dando dicas..."
Ela: "Não sei o que é isto... Estou assustada mas sei o que quero..."
Ele: "Adoro-te"
Ela: "Não estou chateada contigo, estou chateada com outras coisas e acabo por descontar em ti"
Ele: " Não estou bem em mim, eu não sou assim... conheceste-me numa fase meio estranha..."
Ela: "Está tudo bem? está? não pareces, estás estranho!"
Ele: "Ok, temos que falar..."
Ela: "Precisas de espaço, eu dou-te e respeito a tua vontade..."
Ele: " Preciso de um tempo para mim e para reorganizar-me... não é isto que quero agora"
Ela: "Não consigo dar-te o teu tempo..."
Ele: " Se queres colocar as coisas assim, ou A ou B, então será o B. Neste momento, não quero isto..."
Ela: "Ok... depois envio as tuas coisas por alguém..."
Ele: "ok... estamos falados..."
Ela: "Não me acredito no que se passou... não entendo... não compreendo e não aceito... mas se é assim... assim é"

Passados uns dias...

Ela: "olá, está tudo bem? Aqui tens a lista, depois diz o que escolheste..."
Ele: "olá, estás boa? Ok"
Ela olhava discretamente...
Ele também...
Ela olhava já sem esconder
E ele também...
Eles andaram numa brincadeirinha de gato e rato...
Até voltarem atrás na decisão anteriormente tomada...
Ele: "tive saudades tuas..."
Ela: "eu também... mas tens certeza?"
Ele: "Quero-te a ti..."
Ela: "Estás estranho..."
Ele: "Estou mas não te preocupes..."
Ela: "Estás estranho, já senti-te antes assim..."
Ele: "Pois estou... não quero isto..."
Ela: "Seja o que for que a vida reserva para cada um de nós, tu foste a melhor coisa que me aconteceu e continuarás a sê-lo"
Ele: "Deixa-me ir..."
Ela: "Vai agora..."

Ela ficou ali à espera dele... mesmo ele não querendo... mesmo ela sabendo que ele não iria voltar...

Wednesday, July 11, 2007

Débito de pensamentos

Oficialmente zangada comigo própria e não é com o mundo desta vez! Incrível como é fácil culpar as coisas inatingíveis pelos nossos erros... É tão comum ouvirmos alguém dizer: " Se não aconteceu é porque não estava destinado", "não era para ser", " se tivesse sido noutra altura, talvez corresse melhor...", e outras tantas que me aborrecem imenso para estar a numerá-las.
Acredito que o destino faça cruzar caminhos, pessoas e histórias mas não será certamente o destino ou outros desígnios os culpados das coisas que correm mal. E não me venham culpar somente o azar... porque nós somos todos culpados de algo, mesmo que inconscientemente!
Na minha história de vida, sou culpada de acreditar em demasia... de sonhar acordada... de não me fazer valer, quando o devo fazer! De não reclamar o meu lugar no mundo, em casa e em todos os sítios.
Culpada de estar sem respostas para as minhas perguntas, porque recuso-me, inconscientemente, a vê-las! Culpada porque sonho, mesmo quando a realidade já caiu em cima dos meus ombros - por isso os tenho tão pesados...
Tenho vontade de gritar comigo própria e dizer: ACORDA! Deixa-te de coisas e arruma toda essa confusão que gira em torno de ti... Toma decisões, sê resoluta e extremista, pelo menos uma vez na vida porque não fará assim tanto mal!
Quero ir embora, sair sem piedade de algum lugar, mas apenas quando tiver razão para isso...
Quero mostrar a mim própria que sou forte... deixar de choramingar por coisas passadas que já não tem assunto... deixar de penar por coisas presentes que claramente não têm solução, pois apenas eu a vejo.

Vou deixar de debitar disparates... vou tomar um banho daqueles de banheira!!! Relaxar e colocar em modo "off" o pensamento, pelo menos estes minutinhos...

Tuesday, July 10, 2007

Hoje tive, pela primeira vez, a certeza que não há volta... Mas como? Como não consegui evitar o naufrágio da ideia de um nós?
Gosto mais de ti do que pensava, a saudade aperta cada vez mais... sem querer, ou querendo regresso aos sítios em que te encontrei... em que estive contigo, em que te vi sorrir ou franzir a sobrancelha, daquele teu jeito! é uma maneira de estar contigo sem estar.
Leio estas coisas e sinto os meus sentimentos e sinto-me ridicula... porque me sinto assim? como pode ter sido real se tu não o sentiste assim? Foi tudo uma ilusão... um engano.

Bah, já não sei o que escrevo... mas continuo a saber o que sinto. Talvez num mundo paralelo, tenhamos tido o nosso final feliz... um final onde tu optaste por ficar, em que a ilusão não o era... pois a realidade era muito melhor!
Terça-feira, mais um dia de trabalho! Não me apetecia mesmo nada. Não estou com espiríto para trabalhar...
Preciso de uma mudança, uma volta de 180 graus que me deixe mais satisfeita... menos ansiosa... menos assim como estou!
Amanhã já é quarta... quase três semanas que pareceram quase três anos! E dia 19 está aí a chegar, quase três meses! Juro que não quero pensar nisso, juro mesmo... mas não me sai da cabeça. Sou assim mesmo, preciso de saber o porquê (mesmo que já tenha sido dito)!
Passaram-se estes dias todos e não consegui mais do que meia dúzia de lágrimas... o tempo passou ou a trabalhar ou com amigos, mas não deixo de lembrar... de sentir saudades... de querer...
Mas de que adianta tudo isto? Nada, as coisas começam e acabam sucessivamente sem parar... e não voltará o que partiu. Mas como eu queria que voltasse...
Que raio, quando chega a sexta-feira? Acho que vou querer trabalhar nesse dia... aliás também quero hoje, pois é mais um tempo em que faço de conta que está tudo bem!

Quase que tenho a certeza de que todas as minhas certezas não vão desaparecer, pois elas continuam aqui... insistindo em dar de si o que eu não dou...

Vou fazer qualquer outra coisa, porque sinceramente nem escrever está a ajudar...