Os dias correm à mesma velocidade que os carros passam por mim na auto-estrada... Deixo-me ir a uma velocidade lenta, demasiado lenta para ver se ainda me consegues alcançar! Mas com o passar do tempo, apercebo-me da estranha ironia... tu foste mais veloz que eu e recusaste-te a parar para me dar a mão e assim roubar da lentidão!
Finalmente, chego à cidade... Estaciono o carro e vou até à baixa! Permaneço imóvel numa Baixa irrequieta e em constante mobilidade e metamorfose! Quinhentos rostos passam por mim e não te encontro... Pensei que seria capaz de te alcançar, mas enganei-me!
Decido ir aos sítios que julguei serem só nossos... Lá encontrei meia dúzia das minhas lembranças e vi as tuas serem empacotadas no verbo passado da tu vida... Pensei que seria capaz de te alcançar, mais uma vez não consegui!
Sento-me naquele sítio, onde disseste que me querias... lembro-me da conversa tida e agora relembrada... lembro-me de como senti e de como te senti! Aí, deveria ter percebido que não seria mais capaz de te alcançar...
Deixo-me ficar ali... não consigo conter as lágrimas após tanto tempo! Deixo-me ficar ali... apercebo-me que não sou capaz de alcançar-te e fico-me por ali...
Peço então para te empacotar no verbo passado... e as lembranças que tenho de ti... peço para te empacotar no presente do verbo passado... Complico demais! Sonho demais... não te alcancei!
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